O Vestibular da Universidade de São Paulo cobrou dos candidatos a
interpretação do seguinte trecho de um poema de Camões:
*"Amor é fogo que arde sem se ver,**
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer ".*
Uma vestibulanda de 19 anos deu a sua interpretação em forma de poesia:
*"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,**
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicos
e Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a Internet
e descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"
*
Ganhou nota dez.
Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que
o problema de Camões era falta de mulher...
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