BAGDÁ - O presidente iraquiano, Jalal Talabani, disse na quarta-feira que não irá assinar a pena de execução de Tarik Aziz (antigo número dois de Saddam Hussein, condenado à pena de morte pelo Supremo Tribunal do Iraque há cerca de uma semana).
O comunicado de Jalal Talabani gera divergências entre os que buscam o castigo máximo para as principais autoridades do governo derrubado e grupos que pedem que se busque uma reconciliação depois de anos de confrontos sectário.
- Sinto compaixão por Tariq Aziz porque é um cristão iraquiano. Além disso, é um homem velho, com mais de 70 anos, e por isso nunca vou assinar essa ordem - disse Talabani, um curdo, à rede televisão France 24.
Mas a oposição de Talabani não implica necessariamente que Aziz, de 74 anos, conseguirá escapar da pena capital. Aziz foi condenado em outubro por seu suposto papel em uma campanha de perseguição, assassinato e tortura de membros da oposição xiita e partidos religiosos que hoje controlam o Iraque.
" Sinto compaixão por Tariq Aziz porque é um cristão iraquiano. Além disso, é um homem velho, com mais de 70 anos, e por isso nunca vou assinar essa ordem "
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A Constituição iraquiana contempla que as sentenças de morte devem ser ratificadas pelo presidente antes de ser executadas. Mas existem vias para barrar a posição do presidente, como uma decisão parlamentar ou a aprovação de um dos vice-presidentes de Talabani.
O porta-voz do Ministério da Justiça, Abdul-Sattar Bayrkdar, disse que as penas de morte podem ser executadas mesmo que o presidente se oponha a assinar a ordem.
- Se o presidente se nega a assinar a execução isto não equivale a vetar o veredicto - destacou Bayrkdar.
Apesar de Talabani argumentar que a pena de morte viola seus princípios socialistas, muitos criminosos e membros do antigo regime, incluindo o próprio Saddam, foram executados durante sua presidência.
Talabani só tratou de bloquear outra execução, a do ministro da Defesa de Saddam, Sultan Hashim al-Taie, que ainda está com vida.
Tanto o Vaticano como a Rússia apelaram ao Iraque para não efetuar a execução por razões humanitárias.
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