sexta-feira, 8 de abril de 2011

VALE privatização foi um golpe no Brasil


Liderados pelo fundo de pensão Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), os acionistas controladores da Vale, com acordo do governo - legítimo e legal, indicaram um substituto para Roger Agnelli: Murilo Pinto de Oliveira Ferreira, 58, ex-diretor da mineradora e formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas. Hoje, a correlação de forças na empresa é assim: Previ (a maior acionista, com 49% do capital), Bradesco (21,21%), a trading japonesa Mitsui (18,24%) e BNDESpar (11,51%). Um saldo de 60,5% das ações na área de influência do governo e a mudança, segundo apontam os sinais, visa dar consonância entre a ação de uma empresa que hoje, na prática, é de capital misto, com a orientação desenvolvimentista e distributivista do nosso governo. Podemos e devemos fazer a Vale cumprir um papel essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil nos moldes da Petrobrás. Não existe nenhuma motivo para a Vale se comportar filosoficamente nos termos em que o fez durante a crise de 2008, quando anunciou cortes e mais cortes na folha de pessoal, como se fosse uma empresa que nada devesse ao país e à sociedade brasileira, apesar do seu tamanho, importância e apoio governamental que possui, num momento em que o presidente Lula anunciava políticas anti-cíclicas para salvar postos de trabalho.
Um exemplo claro dessa contradição é que Agnelli insistia na estratégia de focar investimentos no exterior e em minério de ferro, e não siderurgia, como queria o setor ligado ao governo. Ora, mandava às favas toda a demanda de verticalização da produção e industrialização que está na base da atividade empreendedora da Vale por uma visão de lucro pelo lucro. Uma visão neoliberal que tinha como âmago o investidor e não o país como um todo.
Por isso, a grande imprensa tucana e a oposição chiam, porque queriam a Vale de costas ao interesse nacional, servindo aos consórcios privados que compraram-na nos anos de FHC, numa jogada de mão dupla que todos conhecem ou escutaram falar. Mas, o que está em jogo é o modelo de desenvolvimento que cada um defende e o do PT e de seus aliados é sim o da intervenção política democrática na economia para produzir justiça social e não a selva de que a iniciativa privada faz o que bem entende e a sociedade paga o preço das escolhas dos grandes capitalistas.
Agora vamos esperar, torcer e lutar para essa mudança trazer pelo menos parte dos benefícios que o Pará almeja há tantos anos. Todos já estão carecas de saber que a proporção do que a Vale "leva" e o que ela "deixa" de ICMS está longe de ser das mais justas e nisso residiu o crime da privatização da empresa. Com as riquezas de nosso subsolo poderíamos fazer uma verdadeira revolução industrial com tucupí. E é nesse sentido que queremos atuar para ajudar a nova Vale a nos proporcionar.
Temos, mais do que nunca, qaue aproveitar essa "janela" para reunir empresários, movimentos sociais, políticos, intelectuais, a juventude, a imprensa e o povo em geral para conquistar esse objetivo.


fonte: bordalo13.blogspot.com

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