“Desde o Governo
passado a causa indígena não é levada a sério. Pelo que percebo a atual
presidência também não está ligando muito, pois ignora insistentemente
os nossos apelos e as nossas cartas. Desde 1982, o Conselho Indigenista
Missionário (CIMI), do qual sou presidente, é o braço indigenista da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Graças a Deus estamos
lutando pela causa indígena, e a CNBB nos apóia e endossa a nossa luta,
porque é uma instituição que valoriza a vida”, disse dom Erwin citando o
apoio da CNBB contra a construção de Belo Monte.
Dom
Erwin Krautler apresentou também um balaço de ameaças das causas
indígenas que o CIMI está, segundo o bispo, preocupado. “Há 182 terras
indígenas ameaçadas no Brasil por todos os tipos de atrocidades. 108
povos estão em estado crítico. O projeto de Belo Monte prevê a
construção de uma barragem principal no rio Xingu, localizada a 40 km
abaixo da cidade de Altamira (PA), da qual sou bispo. Se isso acontecer,
1/3 da cidade ficará embaixo d’água caso ‘Belo Monstro’ seja
construída. O Governo precisa nos ouvir”, enfatizou.
O
bispo ressaltou que não está só nesta “luta”. Para o bispo prelado do
Xingu, tanto ele quanto a sociedade civil e organismos internacionais
estão sendo sistematicamente ignorados. “A Comissão Interamericana de
Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA)
solicitou oficialmente que o Governo brasileiro suspenda imediatamente o
processo de licenciamento e construção do Complexo Hidrelétrico de Belo
Monte, citando o potencial prejuízo da construção da obra aos direitos
das comunidades tradicionais da bacia do rio Xingu. Tenho a total
convicção e estudo de renomados professores e instituições
internacionais que Belo Monte dará um prejuízo, não apenas ecológico,
humano, social e cultural, como também financeiro”, finalizou dom Erwin
Krautler.
Fonte: CNBB
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário estaremos publicando depois de aprovado.