Por Paulo Pimenta, deputado federal (PT-RS), no Jornal da Câmara, republicado no blog Juventude em Pauta!
Todos os dias, a imprensa registra os números de acidentes de trânsito
com vítimas fatais no País. Especialmente nas segundas-feiras, os
noticiários de TV em todo Brasil publicam estatísticas, comentam os
números, e os fatos se repetem.
No mundo, cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito por ano, mais de 50 milhões ficam feridas e o gasto com saúde pública para esses casos é de aproximadamente 100 bilhões de dólares. No Brasil, são 60 mil mortes anualmente, embora a estimativa seja o dobro, em virtude de só serem considerados para fins de estatísticas as vítimas que morrem no local do acidente. As despesas médico-hospitalares, previdenciárias, entre outras, aqui em nosso País são de R$ 40 bilhões. Os mortos na maioria são jovens, homens, perderam a vida nos finais de semana e, no geral, beberam, e beberam muito. Essa realidade faz parte de um fenômeno mundial, ao ponto de ser pauta de fóruns internacionais e resoluções da Organização Mundial Saúde, muitas das quais somos signatários.
Ações ignoradas - Nos últimos dias, após relatório da OMS evidenciando que o álcool mata mais que aids, tuberculose e violência, editoriais de grandes jornais de circulação nacional se debruçaram sobre as causas dos acidentes, chamando a atenção da sociedade e dos governos, mas estranhamente ignoraram as ações que, segundo o documento recente, poderiam reduzir essa trágica realidade.
Na avaliação de especialistas do mundo inteiro, que pensaram políticas para enfrentar esse quadro, o baixo custo da bebida aliada à publicidade excessiva, especialmente voltada para o público jovem é a principal causa das morte. Sugerem medidas, como aumentar a tributação da cerveja e proibir a propaganda da bebida. O Brasil, diante de um silêncio hipócrita consentido, caminha no sentido contrário. A guerra publicitária das cervejas movimenta milhões. A qualquer tentativa de regular a matéria as grandes agências de publicidade invadem o Salão Verde do Congresso Nacional, e cantores, atores, esportistas, todos “especialistas” na matéria convencem a todos que só no Brasil não há relação direta entre propaganda de cerveja e mortes de jovens no trânsito.
Dessa forma, assistimos ao crescimento do número de mortes, do mercado da cerveja e da publicidade dessa bebida pela televisão e em horário nobre, culpando autoridades, mas ignorando as responsabilidades das grandes empresas de cerveja e o mercado da propaganda.
O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), timidamente, orienta para que não se vincule a publicidade das cervejas a esporte, carros, mulheres, sinal de maturidade etc. A Itaipava faz associação direta de seu produto com mulheres insinuantes, atividades esportivas – como o futebol – e explora, ao máximo, ambientes sociais, como praias e rodas de churrasco.
Com certeza, isso não é exclusividade da cerveja Itaipava, pois esses mesmos elementos, utilizados para criar uma relação de identificação entre produto e consumidor, são também explorados pelas outras grandes marcas de cerveja do País. O Congresso não pautará essa matéria se não for pressionado pela sociedade, que por sua vez depende da mídia para se fazer ouvir. Cobrem do Parlamento a aprovação de uma medida que proíba a publicidade de cerveja no Brasil durante 180 dias e, se o número de mortes não reduzir em mais de 30%, nunca mais falo nesse assunto. Tenham a mesma coragem que tiveram com o cigarro, que teve restringida sua publicidade por lei, e mostrem estatísticas pós esse período que nos encham de orgulho, e exijam do Congresso e do governo uma lei que ajude a pôr fim à carnificina de jovens no trânsito.
No mundo, cerca de 1,3 milhão de pessoas morrem vítimas de acidentes de trânsito por ano, mais de 50 milhões ficam feridas e o gasto com saúde pública para esses casos é de aproximadamente 100 bilhões de dólares. No Brasil, são 60 mil mortes anualmente, embora a estimativa seja o dobro, em virtude de só serem considerados para fins de estatísticas as vítimas que morrem no local do acidente. As despesas médico-hospitalares, previdenciárias, entre outras, aqui em nosso País são de R$ 40 bilhões. Os mortos na maioria são jovens, homens, perderam a vida nos finais de semana e, no geral, beberam, e beberam muito. Essa realidade faz parte de um fenômeno mundial, ao ponto de ser pauta de fóruns internacionais e resoluções da Organização Mundial Saúde, muitas das quais somos signatários.
Ações ignoradas - Nos últimos dias, após relatório da OMS evidenciando que o álcool mata mais que aids, tuberculose e violência, editoriais de grandes jornais de circulação nacional se debruçaram sobre as causas dos acidentes, chamando a atenção da sociedade e dos governos, mas estranhamente ignoraram as ações que, segundo o documento recente, poderiam reduzir essa trágica realidade.
Na avaliação de especialistas do mundo inteiro, que pensaram políticas para enfrentar esse quadro, o baixo custo da bebida aliada à publicidade excessiva, especialmente voltada para o público jovem é a principal causa das morte. Sugerem medidas, como aumentar a tributação da cerveja e proibir a propaganda da bebida. O Brasil, diante de um silêncio hipócrita consentido, caminha no sentido contrário. A guerra publicitária das cervejas movimenta milhões. A qualquer tentativa de regular a matéria as grandes agências de publicidade invadem o Salão Verde do Congresso Nacional, e cantores, atores, esportistas, todos “especialistas” na matéria convencem a todos que só no Brasil não há relação direta entre propaganda de cerveja e mortes de jovens no trânsito.
Dessa forma, assistimos ao crescimento do número de mortes, do mercado da cerveja e da publicidade dessa bebida pela televisão e em horário nobre, culpando autoridades, mas ignorando as responsabilidades das grandes empresas de cerveja e o mercado da propaganda.
O Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), timidamente, orienta para que não se vincule a publicidade das cervejas a esporte, carros, mulheres, sinal de maturidade etc. A Itaipava faz associação direta de seu produto com mulheres insinuantes, atividades esportivas – como o futebol – e explora, ao máximo, ambientes sociais, como praias e rodas de churrasco.
Com certeza, isso não é exclusividade da cerveja Itaipava, pois esses mesmos elementos, utilizados para criar uma relação de identificação entre produto e consumidor, são também explorados pelas outras grandes marcas de cerveja do País. O Congresso não pautará essa matéria se não for pressionado pela sociedade, que por sua vez depende da mídia para se fazer ouvir. Cobrem do Parlamento a aprovação de uma medida que proíba a publicidade de cerveja no Brasil durante 180 dias e, se o número de mortes não reduzir em mais de 30%, nunca mais falo nesse assunto. Tenham a mesma coragem que tiveram com o cigarro, que teve restringida sua publicidade por lei, e mostrem estatísticas pós esse período que nos encham de orgulho, e exijam do Congresso e do governo uma lei que ajude a pôr fim à carnificina de jovens no trânsito.
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