Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília
– O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou
pedido de Jader Barbalho para cancelar os efeitos da Lei da Ficha Limpa
sobre a candidatura dele ao Senado. No ano passado, Barbalho foi o
candidato a senador mais votado no Pará, mas não pode assumir o cargo
porque teve o registro negado pelo plenário do STF.
O
registro de Barbalho foi o único caso de aplicação da Lei da Ficha
Limpa pelo plenário do Supremo, tornando-o inelegível por ter renunciado
ao mandato para escapar de um processo político de cassação. Meses
depois, a própria Corte voltou atrás sobre a aplicação da norma e
determinou que a lei não poderia ser aplicada nas eleições de 2010.
Barbosa
negou o pedido de Barbalho por um motivo técnico. Por isso, o único
efeito prático da negativa deve ser o atraso para que o político assuma o
cargo. A defesa de Barbalho pedia que o ministro concedesse um juízo de
retratação para inverter a decisão do plenário que negou o registro da
candidatura dele. Barbosa, no entanto, afirmou que o pedido dos
advogados não se aplica, pois ainda não foi publicado o acórdão de
decisão do STF que invalidou a Lei da Ficha Limpa.
“Antes
da publicação desse acórdão, o ora recorrente pretende que o relator,
monocraticamente, exerça um juízo de retratação e reforme a decisão
proferida pelo colegiado maior do Tribunal”, afirmou o ministro. Barbosa
lembrou que “não existe previsão legal para juízo de retratação, pelo
relator, de decisão proferida pelo plenário do Supremo Tribunal
Federal”.
Jader
Barbalho terá que esperar a publicação do acórdão que derrubou a Lei da
Ficha Limpa para as eleições do ano passado para entrar com novo
recurso. Segundo Barbosa, o próprio colegiado precisa ser chamado “para
reapreciar a questão e decidir como entender de direito”.
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